tag:blogger.com,1999:blog-16574039686976491992024-03-05T07:55:56.688-03:00Mundo Preto-ColoridoUm pouco sobre a vida de um jovem gay "encubado", mas gente fina, e de outros assumidos ou não.David P.http://www.blogger.com/profile/00079348872415333140noreply@blogger.comBlogger8125tag:blogger.com,1999:blog-1657403968697649199.post-41506851002496143762014-01-06T09:54:00.000-03:002014-01-06T09:54:15.083-03:00A amiga lésbica<a href="http://mundopretocolorido.blogspot.com/2014/01/a-amiga-lesbica.html"><img class="foto" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNyaHc0wj8Rfz3VXv5IfFgir1BBqxPCuoqWJ3Yq8c3ldorgQ5DMMlGxHsDn3QabMbQce6OodhOMvmpvekqCNlTktIIsWpKMjp6hMn0CG2E_X2dXSajZpEADxBylY1rOEG-b1hIV5GT8MsR/s1600/geladeira-brastemp.jpg" title="Você não é essa Brastemp toda. / © Divulgação / Brastemp" /></a><br />
<br />
A conheci através do meu ex-namorado. Ela é meio que prima dele, mas isso é o que menos importa agora.<br />
Na verdade, ela é ela, ao mesmo tempo que ela não quer ser ela.<br />
<br />
Tipo assim...<br />
<a name='more'></a><br />
Sabe quando você desenvolve um eu seu, que já era seu desde quando você veio ao mundo, mas depois percebe que esse seu eu, depois de um tempo de "evoluções", não está te levando a coisas boas? É o caso dela. Assim, do mesmo jeitinho.<br />
<br />
Ela é bem mais velha que eu. Não tem logo 20 anos, tampouco já passou dos 30, nem perto disso. Recentemente, ela se descobriu lésbica. Eu, particularmente, acho isso um passo importante: a autoaceitação.<br />
<br />
Seu perfil é de uma pessoa fria, às vezes quente, mesmo que não queira ser, mas sendo nos seus momentos de fúria, nos seus momentos de críticas ferrenhas a qualquer coisa. Sim, ela já amou. Deixou de amar. Odiou ter amado. Se arrepende de ter amado, claro, sem ser arrepender ao mesmo tempo de ter vivido.<br />
<br />
Hoje, repito, ela é fria. É fria de verdade. O melhor é que ela não quer ser mais assim. Vai ver ela percebeu que não vale a pena. Que não adianta nada se proteger tanto dos outros, e quando você se protege tanto dos outros, você acaba se protegendo do que não iria te machucar, e sim o contrário. Ao passo que, também, você não se permite, evitando assim que sinta as melhores sensações, as mais boas novas sensações. É uma prisão, velho!<br />
<br />
Eu converso com ela quase todos os dias. Ela está progredindo. Ela lerá esse texto e eu não sei se ela concordará. Mas uma coisa eu sei: ela vai mudar. E eu sei porque ela quer, e para quem quer, não basta mais nada, apenas mudar diante do seu querer.<br />
<br />
Já eu poderia ser frio depois de tudo o que passei recentemente. Tenho ótimos motivos para ser uma geladeira. Contudo, a questão é que eu não quero ser o pedaço de merda que ela tanto se julga ser. Na verdade, nem ela e nem ninguém quer. O que eles querem mesmo é uma proteção, um blinde de medo. E como aprendi que o medo só atrasa, não posso nem ser merda. Não posso ser nada, só posso ser eu, nem nada além disso.David P.http://www.blogger.com/profile/00079348872415333140noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1657403968697649199.post-82600660977479767692014-01-05T17:33:00.002-03:002014-01-06T03:03:02.960-03:00Achismos conclusos<a href=http://mundopretocolorido.blogspot.com/2014/01/achismos-conclusos.html"><img title="Os sinais começam a aparecer cedo... / © Google Imagens" class="foto" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizzZ2Xa7K2fnPEMUofHZ9y-CvKsUDtN1x6_2oW5xlkMHU2eIRuXvKhDKmmkFP-H7_Sb0omCEsFy3JpAykr21_0w95o-5_kMm5NqGZQUKbVVq6Kaj6PS72kPOIO_Kn62mmKJVWe0PejG1f-/s1600/crianca-gay.jpg" /></a><br /><br />
Lá por volta dos meus 16 anos, me descobri gay. Eu já me sentia meio gay, mas meu achismo foi concluso e certo: de fato, eu era gay, só bastava eu começar a acreditar nisto.<br />
<br />
Com o passar do tempo, fui me acostumando com a ideia, que, há um certo tempo, era absurda e impraticável.<br />
<a name='more'></a><br />
Para qualquer garoto gay, deve ser assim. Primeiro vem sua autoaceitação, depois vem a labutação com sua autoaceitação. Tempos depois, chega o momento que você se assume para você mesmo e percebe que, realmente, você é uma bichinha.<br />
<br />
Muito se fala sobre a aceitação dos amigos, da família, dos pais e blá-blá-blá. Mas pouco se fala sobre o que vem antes disso: sua autoaceitação.<br />
<br />
A autoaceitação é como se fosse um argumento seu dentro de um debate qualquer. Para você construir e fundamentar seu argumento, primordialmente, você deve acreditar nele para que depois você tente abordá-lo da melhor maneira possível ao ponto de fazer com que outros o levem à aceitação. Ou seja, o que quero dizer é que é tão importante se aceitar primeiro do que esperar que os outros lhe aceitem. Você precisa acreditar que é gay, que tem convicção disso e que nada fará você mudar de ideia acerca disso.<br />
<br />
Com o recente término do meu relacionamento, com todo aquele sofrimento e nervos à flor da pele, acabei me assumindo para um ente: minha irmã favorita. Mesmo sempre querendo evitar isso, não teve jeito: no calor da emoção, na pressão das perguntas auxiliadoras, nas incógnitas após um sofrimento por causa de "uma briguinha de amigos", eu tinha de apresentar uma resposta. E não só afirmei que era gay, como também afirmei que namorava com um menino que um dia desse era amigo da minha irmã, aquele mesmo que frequentava a casa dela comigo e que ela desconfiava, mas não ousava em confirmar.<br />
<br />
Dizem que por mais que tentemos, as pessoas mais próximas sempre desconfiam de algo. Seja por causa do jeito, das afirmações, do apego a um "amigo" que apareceu do nada... Enfim, é meio difícil esconder o jogo tão bem escondido.<br />
<br />
Minha mãe já se foi, mas aposto que ela já teria se tocado desde cedo. Dizem também que "mães sempre sabem".<br />
<br />
Minha irmã agora sabe. Nada mudou, nada piorou, nada melhorou. Foi tão normal... Mas pensando bem: se nada muda, pra que quero contar? A sexualidade é minha, e com ela eu faço o que bem entender. E isto inclui omiti-la simplesmente porque acho desnecessário pendurar a "plaquinha" no pescoço dizendo o que sou.<br />
<br />
No fim de tudo, a gente descobre que os achismos só precisam ser conclusos. Não para a gente, por causa da coisa da autoaceitação, mas para os outros, e isto não quer dizer que sejamos obrigados a conclui-los.David P.http://www.blogger.com/profile/00079348872415333140noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1657403968697649199.post-46320514003834724252014-01-03T18:42:00.000-03:002014-01-03T18:43:38.799-03:00O tempo dá seu jeito<a href="http://mundopretocolorido.blogspot.com/2014/01/o-tempo-da-seu-jeito.html" title="Apenas / © Google Imagens"><img class="foto" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR3I-l4luqRDQiwWrQolIQLmqYCTDXvka9qJ1HNUB7rfnbYShyphenhyphen_psFFhAKrAQO5YQ9aikkFkjn3WITbGkvyl1KQRug-JRSbO6rOdZK-HwKlz8xIrQHZVVUj5uoYUoUIqmztaGod2hAnKDH/s1600/coracao-partido.jpg" /></a><br />
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A realidade é que quase todo mundo nesta vida já sofreu, já chorou, já lamentou; se martirizou semanas após semanas. Só não sabe o quão ruim é perder algo quem nunca sequer ganhou algo, nem que seja por ínfimos minutos.<br />
<a name='more'></a><br /><h3>Minha vez</h3><br />
Tive que esperar dias, foi necessário enxugar todas as minhas lágrimas, foi meu dever tentar me reerguer mesmo diante de tantos destroços. Afinal, quem nunca se frustrou no amor?<br />
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Procurei sempre a pessoa que me fizesse me sentir melhor, mais completo, transbordando em bons valores e sentimentos. Eu a achei, eu acho que a achei, na verdade. Mas não importa nada disso mais. Eu a perdi, e a perdi de uma forma que eu não imaginaria perder.<br />
<br />
É lindo quando você faz o possível e o impossível, abre mão de coisas e mais coisas apenas com um único fim: ser o melhor no que faz e no que é apenas com a modesta intenção de tirar o mais leve sorriso de satisfação do seu querido amor.<br />
<br />
É triste quando você faz o possível e o impossível, abre mão de coisas e mais coisas com a finalidade de ser o melhor no que faz e no que é para, depois de tudo, perceber que os dias juntos não se prolongarão mais, que o pôr do Sol não será mais o mesmo, que o vento que refrescava esfriará mais por não ter mais aquele que o fazia esquentar. Enfim, sozinho.<br />
<br />
Chorei o que tinha de chorar, lamentei o que tinha de lamentar. E no fim das contas vejo o quão incapaz eu sou: tenho de entregar tudo ao tempo, afinal, de tudo o que fiz, nada parece que valeu a pena e tampouco garantiu nada.<br />
<br />
Nem a "solteirice" me aguarda. Mas capaz a solidão. Aliás, melhor mesmo a solidão, melhor que o sorriso forçado de superação, que as frases reflexivas postadas no Facebook; melhor mesmo que as saídas fingidas, aquelas marcadas pelo "quando mesmo tão longe dele está, mais perto e estagnada a mente nele fica".<br />
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Ficarei esperando um dia melhor se apresentar, só que até lá ficarei revendo as fotos ao mesmo tempo que tento reconstituir na minha iludida mente aqueles momentos que não acontecerão mais. (O seu cheiro? Já estou perdendo, assim como o sabor dos seus beijos.)<br />
<br />
É... O tempo, é esse o jeito. Não adianta mais nada, não é?David P.http://www.blogger.com/profile/00079348872415333140noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1657403968697649199.post-52025373845923941752013-07-04T19:14:00.000-03:002013-07-04T19:15:03.865-03:00Sintoma<a href="http://mundopretocolorido.blogspot.com/2013/07/sintoma.html" title="Saudáveis e felizes / © Google Imagens"><img class="foto" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsq6GzU2o-Dbrr7b2t7QbsmK2_eXKhYLITegeSxe4NAKEbH789MDtQu5xqaDyVF9ZQa1O62Y1SiO0kfbEbRQDCPoBNMBpXl0tkbETkC89kg6PqWFA3Kup1ayVwuQD2Io3rv7l754O5UA_N/s320/beijo-gay.jpg" /></a><br />
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Hoje acordei um pouco mal. Levanto-me, sempre do mesmo lado da cama, logo após desligo o ventilador do meu pacato quarto e, como de costume, olho-me no espelho. Percebo uma diferença. Uma diferença que jamais eu percebi.<br />
<a name='more'></a><br />Notei que eu estou doente. Doente por dentro. O espelho não mostra, mas o meu olhar, o meu semblante, estes sim, me mostram claramente a minha real situação. Eu era gay, sou, e não sabia. Que doença maldita!<br />
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É como o câncer com suas devidas proporções resguardas. Ela domina o seu corpo quando você não a combate na fase inicial. Trás as mesmas consequências: muda a sua rotina, o seu modo de pensar. Também muda a forma com que as pessoas, quando sabem, ou percebem a sua enfermidade, labutam com você. Tratam-te de forma diferente e, claro, ao descobrirem, por mais que desconfiassem (devido a seus hábitos, gestos e ideias), demonstram-se surpresas. Contudo, felizmente, o câncer ainda é uma doença que tem cura. A homossexualidade não. Afinal, ora bolas, onde já se viu cura para onde não há uma doença? Vai agir contra o que inexiste? Nem a física explica tal.<br />
<br />
Mas é difícil colocar esta resposta na mente de cabeças tão retrógradas, medievais e repressoras. Não é comum para estes, que por tanto tempo se basearam em histórias e mandamentos confusos e até mesmo incoerentes, que a orientação sexual de um ser humano - ou até de um golfinho - não foram escolhas ingênuas feitas durante a puberdade, tampouco visando alimentar o seus respectivos libidos.<br />
<br />
Minha doença, eu mesmo trato. Na verdade, eu a alimento. E sabe por quê? Porque é uma doença que me liberta, que mesmo já multiplicada integralmente dentro de mim, é a mais fiel representação do que eu verdadeiramente sou. Sem esquecer que é uma enfermidade que me mantém e me felicita.<br />
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E juro: o preconceito não será uma vacina que vai curá-la. Pelo contrário, apenas irá me motivar cada vez mais a ser doente.<br />
<br />
Ou não é meu direito ser doente?David P.http://www.blogger.com/profile/00079348872415333140noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1657403968697649199.post-80516750632284711762013-07-03T19:46:00.000-03:002013-07-03T19:49:28.067-03:00Um desejo sexual reprimido<a href="http://mundopretocolorido.blogspot.com/2013/07/um-desejo-sexual-reprimido.html"><img alt="Dois caminhos / © Google Imagens" height="351" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFiRT9XYbnDQ4TYsg4n5txOXoD9Fv2vsD8LF7-loHAStNAmRsjyPtTQ3Wsv8BjRyjPEM_kPUzMaLzPFmtjiJ64qv1H9qqhbUrxxCGOXzhgUI6Uc3WATqQhBhgNERhxA8hp_6fRqmoYZUNG/s900/dilema.jpg" style="border: solid 2px #ccc;" title="Dois caminhos / © Google Imagens" width="562" /></a><br />
<br />
O fato de ser gay já nos dá o privilégio, digamos assim, de precocemente termos desejos extremamente repreendidos. E durante a nossa caminhada pela vida, a nossa função é apenas uma: aflorá-los.<br />
<br />
Uma vez me disseram que podemos ser tudo aquilo o que queremos. Contudo, na minha adolescência, puberdade e estouro de espinhas, percebi que isto era apenas mais uma falácia.<br />
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Não, não podemos ser tudo aquilo o que queremos, desejamos ou buscamos. Na verdade, o que acontece é outra coisa: o nosso desejo, o que a gente quer, o que vivemos buscando é o que podemos ser ou fazer é o que a gente de fato quer. Esqueça a expressão "podemos ser tudo aquilo".<br />
<a name='more'></a><br />
Atualmente próximo de completar duas décadas de vida, encontro-me num momento onde tenho e mantenho fervorosamente um desejo sexual reprimido, guardado a sete chaves, desejo este que, com base no meu orgulho ignorante, não afloro e tampouco assumo.<br />
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<h3>
Conhecendo cada ponto do "inimigo"</h3>
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A posição sexual, além da orientação homo, bi ou heterossexual, repartida em três distinções, sendo: ativo, passivo e até mesmo versátil (surgiu recentemente o reflexivo [?]) causa mais uma dúvida boba (será?) nessa nossa cabecinha gay. Unida ao orgulho, ao desprezo pelo papel mais efeminado e submisso e ao que os seus pais - depois de "saberem de você" - possam, "piormente", imaginar, complica cada vez mais este cenário de definição.<br />
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Conheço mais passivos do que ativo, haja vista que sempre fui engajado em não heterogeneizar meus contatos íntimos. Mais um ponto contra. Sou másculo, falo grosso e tem gente que sequer imagina minha "obscura" sexualidade. Mais um. Ah! Gostei de ser ativo. Legal! Mais um contra, que por muito tempo unicamente foi a favor, mas que, de qualquer forma, constrói na sua mente um sentimento de saciamento misturado ao sentimento de limitação e não afloramento.<br />
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Decidir sempre é algo difícil. Em qualquer aspecto de nossas vidas. De assumir ou não, de "comer" ou "dar", grosseiramente falando, a tarefa jamais se configurou como simples.<br />
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Namoro, ele é passivo. E "passivaço"! Já falei brincando, dei algumas indiretas temendo até um possível término de namoro - vai que ele acha que o meu negócio é só ser passivo? - só que a sua reação é sempre a mesma, um tanto indecisa, pouco negociável e desgostosa por tal ação.<br />
<br />
E creio que o mesmo não acontece só comigo e tampouco no meu relacionamento. Se for solteiro pode ser até mais fácil, não é? (Marca com alguém...) Só que até a consciência pesa contra, pesa como se você fosse fazer algo que possa ferir seu orgulho, a possível descoberta sexual perante os demais e até seu(s) futuro(s) relacionamento(s). Afinal, há quem diga que tem muitos ânus para poucos pênis.<br />
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E creio mesmo, no fim das contas, que a parte realmente séria é trilhar um caminho, seguir nele e depois não conseguir se desviar.David P.http://www.blogger.com/profile/00079348872415333140noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1657403968697649199.post-70193216589407978552012-11-19T00:38:00.004-03:002012-11-19T00:42:33.130-03:00Fogos de artifício para a nova semana!Nada como começar uma nova semana se livrando de tudo de ruim da anterior. Pensando assim, acabei adiantando o vídeo que eu iria postar junto com um texto sobre quem já saiu do "armário". Até lá, procurarei outro que exprima a mesma ideia do texto.<br />
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Fique feliz com <b>Firework</b>, interpretado por <b>Katy Perry</b>.<br />
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="316" src="http://www.youtube.com/embed/QGJuMBdaqIw?rel=0" width="562"></iframe><br />
<br />
Uma bela nova semana!David P.http://www.blogger.com/profile/00079348872415333140noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1657403968697649199.post-28914230983988792012012-11-19T00:20:00.002-03:002012-11-19T00:28:56.029-03:00Há realmente héteros que "curtem"?<img atl="Ser ou não ser? / © Google Imagens" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbzjxz9X1tVFq_xDwH9-EZc3LvlBgJqH8QfIcEnYmoKcQOrDi_cn_IMjP4YidU3-TyMwFxP0W6r1v303XO7vPD_PYB_4jJkXm4DbwQSxrd4jSbQjFcSCFN70b8jXIDugzI_XVG3VshyphenhyphentBG/s1600/ser-ou-nao-ser-hamlet.jpg" style="border: solid 2px #ccc;" title="Ser ou não ser? / © Google Imagens" />
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Aos meus 16 anos, eu ainda era um "pré-gayzinho-que-necessitava-se-aflorar-mais". Não conhecia muito acerca, só sabia que gay era quem gostava de homem, ou mulher que gostava de mulher. Minha mente, apesar do momento meio que conturbado e confuso, referenciou facilmente esta máxima. Aí cresci, aprendi boas coisas - e más também, porém de tudo o que conheci e experimentei, uma coisa me deixou com uma interrogação estampada no meio da minha testa: e os gays que não são gays? Está vendo, a pergunta não tem nem lógica.<br />
<a name='more'></a>
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Próximo de entrar na maioridade, conheci através do bate-papo UOL um cara que me atiçou. Ele tinha um bom papo, parecia ser inteligente e tinha uma coisa que admiro demais: autenticidade. E, de fato, ele era diferente, pelo menos diante de tudo o que eu já havia visto no tal mundo cheio de novidades coloridas. Conversamos bastante. Os papos, no início, eram ingênuos: apenas virtuavam curiosidades sobre o perfil de cada um. Depois, aquilo, né?! "Vamos conversar sobre sexo?" (E eu, um simples novato, com certeza queria aprender mais sobre a relação sexual homossexual.)</div>
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Nunca fui muito fã de responder aquela pergunta sobre o que "curto" e nem muito menos de fazê-la. Não sei se isso é errôneo, por acabar não sabendo o que o cara faz e, no fim das contas, acabar me envolvendo; ou se é certo, por não construir uma imagem de um interesse apenas sexual - o que não existia. Contudo, esquentamos a conversa, sem ninguém definir ou deixar claro o seu "gosto sexual".</div>
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<i>— "Já transei com caras. Foi ótimo, mas não sou gay", bradou o conhecido do BP.</i><br />
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A minha recepção à afirmação, claro, foi surpreendente; eu não esperava isto como resposta de um cara que buscava conhecer homens numa sala de bate-papo em plena madrugada de sábado. E, por isso, logo em seguida, retruquei com um questionamento breve:<br />
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<i>— Ora, mas se você praticou o ato, não é automaticamente gay?</i><br />
<br />
A tréplica foi tão breve quanto a minha pergunta: — <i>"Eu apenas transo, só 'como'. Sou heterossexual"</i><br />
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Sabe, foi como estampar um ponto de interrogação na minha cara. Eu não estava mais entendendo aquilo. ("Comofas?")<br />
<br />
Depois disso, o nosso papo virou um ringue. Eu, tentando defender a minha tese (inocente?) de que todo cara que se atrai por outro é gay, e ele a dele, de que "comer" não faz de ninguém um "viadinho". Nessa discussão, até descobri que ele tinha namoradA (é, é mulher) e que, nas horas do lanche, procurava um gayzinho na net ou em locais que surtissem resultados. Bloqueado no MSN!</div>
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Um tempinho depois, recebo uma solicitação de amizade dele no meu Facebook. O bendito virou evangélico e fez questão de ressaltar isto para mim por chat. Falou sobre salvação e se dizia um homem, hoje, purificado. Certo, beleza, entendo-o, respeito-o, mas não é neste ponto que esta publicação quer chegar.</div>
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<h3>
Existe ou não?</h3>
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Então, este blog emite a minha opinião de forma anônima. E o David P. aqui acha que NÃO existe hétero que curte ser gay. O que existe, na verdade, é gente cara de pau, gente que não se define, gente que não sabe nem o que quer da vida quando coloca um pênis dentro de um buraco. Estas pessoas precisam observar melhor os seus ideais, o que querem e o que não querem da vida, seja ela sexual, profissional ou de qualquer tipo ou meio.</div>
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<h3>
"Ah, mas aquele meu vizinho gostosão transou comigo, mesmo ele sendo casado e tendo uma penca de filhos."</h3>
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Olha, vai ser esse seu vizinho aquele que, num futuro próximo, entrará nesses bate-papos da vida procurando jovens gays a fim de um rapidinha num local que ele tanto fala, que também é mais conhecido como veículo particular estacionado num ambiente deserto.<br />
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-<br />
Graças.</div>
David P.http://www.blogger.com/profile/00079348872415333140noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1657403968697649199.post-33958933409565902682012-11-16T07:34:00.000-03:002012-11-19T00:29:18.899-03:00E este mundo preto-colorido?<br />
<img alt="Homens de mãos dadas / © Google Imagens" height="351" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0MnZxyEFlbvXATpC4SqRx_tFhCjS1AugsrLUf7VAOIRtNzFrxGSGFlatIsRIVVF7qPHO7Zg5GaBADLF9EC_8j7E9naLRfOXmz0M_KCFApi1uJHEdFWo2rl9zFzLzPL-qvxRYahveDlsgr/s1600/homens-maos-dadas.jpg" style="border: 2px solid rgb(204, 204, 204);" title="Homens de mãos dadas / © Google Imagens" width="562" /><br />
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Não sou nada demais. Sou apenas um jovem de 18 anos, que trabalha, estuda, ri, chora, sofre, sente. Apenas sou comum. Ah! Sou gay. Sim, tenho este "diferencial", se é que você me entende. Aqui, não falarei muito de mim. O meu nome verdadeiro não é David, e tampouco carrego uma sigla como meu sobrenome. Minha idade? Ela é verídica, pelo menos até este texto ser publicado. Gosto de me comunicar e de conhecer pessoas. De conhecer. (O "depois" é consequência.) Venho de uma família parcialmente ignorante, e nela convivo, quase sempre, por exemplo, com cunhados que, mesmo eu não tendo ainda assumido nada, me tratam com piadas acerca de uma possível homossexualidade. Tenho amigos gays, legais, por sinal, mas não confio em todos. Sabido eu que, necessariamente, o fato do cara ser gay e eu também, não fará dele um ser mais confiável que qualquer outro. Sem estereótipos, apesar que não sou hipócrita em afirmar que tenho o meu preconceito; a diferença é que sei controlá-lo.<br />
<a name='more'></a><br />
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A realidade é dura, isso todos nós sabemos - ou deveríamos saber. E eu sei que um dia eu irei me assumir, nem que seja por livre arbítrio ou por livre fofoca de terceiros. Não acho que será um dia onde me receptarão com frases do tipo "Certo, estamos do seu lado para o que der e vier" ou "Que legal. Já está namorando?", nem com um ramalhete de flores das mais variadas cores ou algo do tipo. Sei bem que neste dia terão lágrimas minhas ou de alguém. Entendo bem que neste dia decepcionarei, destruirei esperanças, consumirei dúvidas e até mesmo farei alguém ganhar alguma aposta. Mas quer saber? Eu estou é me preparando para a chegada do tal dia, para que nele eu seja firme e forte. Na palavra, não no salto, se você que está lendo, por acaso, for um travesti. Penso que não contarei com apoio no ato, mas tenho a ingênua (ingênua?) esperança de que pelo menos alguém das pessoas que eu sempre demonstrei afeto possa segurar a minha mão na "temida" hora. Tá, não é <i>armagedom</i> e nem o apocalipse, mas será um dia que se a minha vida fosse uma linha do tempo, seria a o ponto-chave do antes disso e depois daquilo, assim como acontece com o a.C e d.C. (O "C" significa Cristo, o que não creio desde quando tive uma frustração tão íntima e próxima. Depois explico.)<br />
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Um dia ou breve seguidos, depois da grande descoberta de todos os tempos, revelo minha identidade neste espaço se o Mundo Preto-Colorido ainda estiver vivo. Prometo!<br />
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<h3>
Por quê?</h3>
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Criei este blog após passar uma madrugada a fio lendo artigos de garotos que, assim como eu, procuram viver num país menos homófobo, por mais que isto soe como um conjunto de palavras suportadas por um tom heroico ou revolucionista. Além disto tudo, queria publicar aqui, nisso que eu espero que seja um cantinho de desabafos de jovens como eu, relatos de gays que buscam coragem para saírem do armário ou, sei lá, dicas de como se manter mais tempo dentro dele. Ou, quem sabe, falar um pouco da minha autoaceitação, de histórias, de qualquer coisa que seja útil para a nossa temática "colorida". Troquemos palavras, se assim for.<br />
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Certo. E por que devo ler este blog?</h3>
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Está aí para quem precisa, para quem já sofreu ou ainda sofre por ser gay, para quem tem medo, para quem tem dúvidas. É um espaço para quem já é um "ser abominável perante à sociedade" ou não.<br />
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"Em que posso ajudá-lo?"</h3>
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No que você precisar, desde que esteja sob meu alcance. Não fiz e nem estou cursando psicologia, só para deixar claro. E, sendo assim, tudo o que eu falar, comentar etc. e tal, jamais será 100% merecedor de confiança. Entretanto, poderei sim, explanar um pouco do que já vivi como um garoto gay e esperar que isto possa lhe oferecer alguma solução ou pelo menos lhe guiar a uma.<br />
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Graças</h3>
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Pronto. Fique à vontade neste mundo preto-colorido, onde a escuridão poderá - ou não - secretar as suas escolhas e o colorido explicitar a sua diversidade.</div>
David P.http://www.blogger.com/profile/00079348872415333140noreply@blogger.com3