segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A amiga lésbica



A conheci através do meu ex-namorado. Ela é meio que prima dele, mas isso é o que menos importa agora.
Na verdade, ela é ela, ao mesmo tempo que ela não quer ser ela.

Tipo assim...

Sabe quando você desenvolve um eu seu, que já era seu desde quando você veio ao mundo, mas depois percebe que esse seu eu, depois de um tempo de "evoluções", não está te levando a coisas boas? É o caso dela. Assim, do mesmo jeitinho.

Ela é bem mais velha que eu. Não tem logo 20 anos, tampouco já passou dos 30, nem perto disso. Recentemente, ela se descobriu lésbica. Eu, particularmente, acho isso um passo importante: a autoaceitação.

Seu perfil é de uma pessoa fria, às vezes quente, mesmo que não queira ser, mas sendo nos seus momentos de fúria, nos seus momentos de críticas ferrenhas a qualquer coisa. Sim, ela já amou. Deixou de amar. Odiou ter amado. Se arrepende de ter amado, claro, sem ser arrepender ao mesmo tempo de ter vivido.

Hoje, repito, ela é fria. É fria de verdade. O melhor é que ela não quer ser mais assim. Vai ver ela percebeu que não vale a pena. Que não adianta nada se proteger tanto dos outros, e quando você se protege tanto dos outros, você acaba se protegendo do que não iria te machucar, e sim o contrário. Ao passo que, também, você não se permite, evitando assim que sinta as melhores sensações, as mais boas novas sensações. É uma prisão, velho!

Eu converso com ela quase todos os dias. Ela está progredindo. Ela lerá esse texto e eu não sei se ela concordará. Mas uma coisa eu sei: ela vai mudar. E eu sei porque ela quer, e para quem quer, não basta mais nada, apenas mudar diante do seu querer.

Já eu poderia ser frio depois de tudo o que passei recentemente. Tenho ótimos motivos para ser uma geladeira. Contudo, a questão é que eu não quero ser o pedaço de merda que ela tanto se julga ser. Na verdade, nem ela e nem ninguém quer. O que eles querem mesmo é uma proteção, um blinde de medo. E como aprendi que o medo só atrasa, não posso nem ser merda. Não posso ser nada, só posso ser eu, nem nada além disso.

2 comentários :

  1. Adoro o seu estilo: "Deixou de amar. Odiou ter amado. Se arrepende de ter amado, claro, sem se arrepender ao mesmo tempo de ter vivido." De fato, não são poucos que, depois de uma decepção amorosa, acabam odiando o fato de terem vivido e ...acabam com tudo, isto é, com a própria vida. Como é importante, portanto, que você está ao lado dela. E, melhor ainda, que você está com a sua vontade de viver e de amar. Espero que ela se deixe contagiar com isso.

    Grande abraço!

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    1. Oi, Teleny,

      Fico feliz que aprove meu estilo. Obrigado.

      Realmente, uma decepção amorosa pode nos levar a vários caminhos, dos mais positivos aos mais negativos, dos já conhecidos aos desconhecidos. No fim das contas, temos de ser espertos e fazer a melhor escolha, guiando-se sempre pela melhora das coisas.

      Fico feliz que você esteja acompanhando o blog. Notei comentários seus na maioria das postagens.

      Abraço!

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